"Em nosso mundo fatos estranhos e inexplicáveis ocorrem, testando o equilibrio e o raciocínio lógico das pessoas envolvidas.
Devemos lembrar que a lógica e os conhecimentos normais das pessoas não permitem entender os fatos do além!"
O Relato a seguir é sobre um desses estranhos acontecimentos!
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O fato que aconteceu comigo eu nunca esqueci porque foi tão perturbador, só eu sei o tormento daquela noite.
Era sexta feira santa. Eu tinha 8 anos de idade.
Meus pais estavam separados, e nesta dia meu pai foi nos visitar.
Eu fiquei super feliz de vê-lo porque mesmo estando recente a separação, eu gostava quando ele vinha nos ver pois ficava dias e dias sem nos visitar de novo.
Ele acabou nos visitando e indo embora já tarde da noite, sendo que quando ele saiu eu não vi, porque já estava dormindo.
Quando eu acordei já era mais de meia noite e vi que a luz do apartamento todo estava apagada.
Silêncio total! Concluí com uma certa tristeza que meu pai já tinha ido embora e eu nem vi.
Naquela época minha mãe sempre dormia no sofá da sala, talvez porque não quisesse encarar a separação e ver que a cama de casal ficaria espaçosa só para ela.
E eu e minhas irmãs dormíamos juntas no chão do quartinho ao lado da sala.
Na certa eu cai no sono e minha mãe ou meu pai me puseram lá para dormir.
Bem, resolvi aceitar o fato que ele já tinha ido embora e tentei dormir de novo.
Minhas irmãs e minha mãe dormiam feito pedra e eu tentando pegar no sono, mas nada acontecia.
Virava para um lado para outro e nada de ficar com sono de novo.
Morávamos em um apartamento no primeiro andar de frente para a rua, e naquela época à noite quase ninguém ficava na rua de madrugada, só de vez em quando tinha alguém chegando tarde de algum lugar, mas noite de sexta-feira santa não, porque antigamente as pessoas tinham respeito por este dia e nem iam para as festas e bailes.
Estava aquele silêncio lá fora, e eu tentando dormir.
De repente, comecei a escutar do lado de fora, passando pela rua, barulhos como trotar de um cavalo, mas que trotava bem devagar, mas mesmo assim eu podia ouvir o barulho do casco da pata batendo no chão.
O barulho era contínuo com aquele trotar de cavalo devagar igual dos cavalos treinados, porém eu ouvia nitidamente o barulho do casco da pata bater no chão e tinha um certo momento que o barulho dava uma pausa mas logo em seguida continuava.
O barulho da pata de cavalo ia passeando pela rua de frente da minha janela para lá e para cá.
Ia de um lado a outro da rua.
Indo e voltando naquele mesmo ritmo, trotanto devagar e dando uma pausa e continuando logo em seguida.
Comecei a ficar cabreira com aquele barulho lá fora.
Tentei dormir de novo para esquecer aquilo mas o sono não vinha de jeito nenhum!
Olhava para minhas irmãs ao meu lado e minha mãe lá na sala roncando e ninguém nem se mexia, continuavam dormindo.
E a pata de cavalo continuava, andando para lá e para cá.
Parecia que queria chamar minha atenção e comecei a ficar assustada com aquilo, afinal de contas o que um cavalo estaria fazendo ali aquela hora da magrugada?
E nem existiam cavalos por perto.
Era um conjunto residencial de apartamentos, ninguém tinha cavalo ali!
Fiquei tentando não pensar naquele trotar lá fora mas era impossível, o cavalo ou sei lá o que era parecia que queria chamar a minha atenção.
Então resolvi me levantar de junto de minhas irmãs e fui em direção da janela para espiar e ver o que era para tirar de vez aquele medo de minha cabeça.
A janela do nosso apartamento, era uma janela de madeira e tinha umas frestas horizontais que era possível ver um pouco a rua do lado de fora.
Dava para ver os pés de uma pessoa passando por exemplo.
Enfiei minha cara nestas frestas horizontais e pude ver a rua deserta.
De repente, lá veio o trotar das patas do cavalo!
O barulho foi chegando perto, mais perto, e quando foi se aproximando aí sim pude realmente ver que eram patas de cavalo se aproximando.
Só via as patas pois pela fresta não dá para ver o corpo.
E continuei da janela espiando.
Quando as patas de cavalo passaram trotando em frente a minha janela elas pararam!
Aí eu fiquei gelada! Parecia que aquilo parou para me ver mesmo a janela estando fechada.
Senti algo muito ruim quando as patas pararam e pareciam olhar para mim que espiava pela janela.
A pausa que o cavalo ou sei lá o que era fazia enquanto ficava andando de um lado para outro era justamente em frente a minha janela! Fiquei branca de medo!
Eu sai correndo da janela, meu coração parecia que ia sair pela boca. Parecia que o aquele coisa lá fora estava me vendo!
Pulei em cima de minha irmãs com muito medo, porque vi que aquela coisa sabia que eu estava ali na janela, e o pior, enquanto eu estava tentando dormir os passos de cavalo iam para lá e para cá e davam a pausa sempre, e pude ver com meus próprios olhos que a pausa era em frente minha janela! Ou seja, aquilo sabia também que eu estava acordada ouvindo ela passar para lá e para cá!
Eu suava frio e o trotar do cavalo foi aumentando, ficando mais forte e continuava passando pela rua de um lado a outro, e sempre parava em frente da minha janela.
Eu rezava , tremia ao mesmo tempo, sacudia minha irmãs e elas nem se mexiam.
Minha mãe também continuava dormindo.
Foi então que de repente bateram tão forte na janela, que parecia que queria arrombar ela.
Alguém ou algo dava murros na janela, batia com tanta força que parecia que queria realmente derrubar a janela.
Eu fiquei mais apavorada ainda porque acho que era aquela coisa que trotava, que estava andando lá fora que ficou com raiva porque sabia que eu estava vendo ele pela fresta da janela.
O trotar do cavalo continuava para lá e para cá mas agora mais intenso, mais forte, parecia que estava com raiva que eu estava olhando pela janela.
E ao mesmo tempo, junto com o trotar forte do cavalo as batidas raivosas que davam na janela, parecia que alguém estava com muita raiva batendo forte na janela e aquilo fazia um estrondo enorme, afinal era uma janela de madeira.
E o mais incrível é que ninguém da minha família ouviu, continuavam dormindo feito pedra.
E esta bateção forte na janela e o trotar do cavalo continuou até quase amanhecer, só depois disso eu consegui finalmente me levantar e ir até a sala perto da minha mãe.
Ela finalmente acordou e viu que eu estava assustadíssima e juntou as duas poltronas para eu dormir ali ao lado dela porque no sofá não cabia mais uma.
Finalmente pude dormir, mas quando era 7 horas da manhã precisamos nos levantar porque minha mãe iria junto comigo e minhas irmãs num centro espírita que ficava bem longe do bairro onde morávamos e era preciso levantar cedo para chegar lá e pegar o início das sessões.
Eu me levantei com os olhos pareciam cheios de areia, e minha família pode ver que eu não dormi nadinha.
Minhas irmãs perguntaram o que tinha acontecido e então contei para elas e para minha mãe o que aconteceu na noite anterior e elas ficaram assustadas porque realmente ninguém tinha cavalo naquela vizinhança, era um conjunto de apartamentos.
E ficaram achando que poderia ter sido a mula sem cabeça.
A minha mãe tentou explicar os murros na janela dizendo que talvez fosse algum desocupado vagabundeando pela noite que ficou batendo na janela.
Mas eu sei que não era isso porque o barulho do cavalo e os murros na janela aconteciam ao mesmo tempo e eu sentia algo nada bom.
Horrível experiência para uma criança de apenas 8 anos. Nunca me esqueci disso!
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Edilene
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